quinta-feira, novembro 30

Zé Pedro

Zé Pedro morreu. 
Hoje parte alguém que era maior do que a própria vida. É sempre surreal para mim quando uma celebridade morre, sobretudo quando esta pertencia a uma das minhas bandas preferidas, os Xutos & Pontapés. Apesar de nunca o ter conhecido pessoalmente, sentia que efectivamente o conhecia, in a strange strange way. Sempre quis ver os Xutos e hoje sinto-me grato por ter tido a oportunidade de ter assistido a vários concertos, onde a qualidade imperava e o retorno estava sempre prometido. Passei de apenas conhecer as músicas mais famosas a ter presente a discografia e perceber então a genialidade dos Xutos & Pontapés (obrigado por isso). As fortes linhas de baixo do Tim, os solos do João Cabeleira, o  ritmo sublime, embora subtil, mas enfatizado pela personalidade vital do Zé Pedro. Percebi que os Xutos não eram apenas mais um banda de rock portuguesa, mas sim umas das maiores bandas de rock portuguesas de sempre. E rapidamente tornaram-se numa grande influência em mim, como músico, mas sobretudo como pessoa. Mostraram que podemos ter um sonho e viver dele, com trabalho árduo, sem desistir, afinal de contas o Zé Pedro queria ter uma banda punk em 1978, tudo começou com um anúncio de jornal. Passado 37 anos, a maioria dos portugueses conhecem os Xutos, gostem ou não conhecem. É engraçado sem ter qualquer tipo de piada como a música une as pessoas e se Portugal tem a mentalidade de "importar", ou seja, o que é estrangeiro é que é bom, os Xutos foram uma das maiores lutas contra essa mentalidade e mostraram que o rock nacional também é bom.
Obrigado por tudo, tenho pena de não ter ido ver aquele que seria o ultimo concerto dos Xutos & Pontapés com a formação completa. Adiei e agora é tarde, já não os posso ver mais. Não daquela forma que vi tantas vezes outrora. Makes me wonder, tudo é temporário, vamos todos morrer, então porque andamos sempre a adiar? Coisas para fazer, frases por dizer, numa bola de preguiça. A honestidade tem de imperar, coisas para dizer têm de ser ditas, coisas para fazer, têm de ser feitas, o que nos impede? Vamos todos morrer. Vamos. Todos. Morrer. E nada, nem ninguém vai alterar isso.
Obrigado Zé Pedro. 

quinta-feira, novembro 23

Ainda não tive o abraço que preciso, o abraço que quero. Aquele me trás de volta a casa, aquele que faz tudo fazer sentido. I miss hugs
"Nothing lasts forever. Even cold November rain."