domingo, outubro 20

PEOPLE = SHIT

Ando sem paciência para interagir pessoalmente com pessoas, acho que preciso de férias de pessoas. Será isto possível? Gostava de ser um mocho e andar a espalhar os meus "ooh-oh" sábios e advertidos a todas as almas inexperientes de forma a proporcionar uma formação prévia não cair do céu, como uma chuva mal mentida pela metreologia. São dez e quarenta e duas da noite e estou saturado das pessoas. Fun fact, eu não gosto de pessoas, nada. Detesto, quando juntas então, penso que é catastrófico, o que poderá resultar num misto de cérebros frescos com experientes, onde ideias e pensamentos possivelmente não se difundem (a não ser que seja uma manifestação, então aí sim, creio que as mesmas ideias e fundamentos são partilhados.) Podem-se difundir, depende do publico-alvo em questão, quiçá? Mas estou saturado. Ao ponto de um "vai-te foder" é equivalente a um dócil "boa noite", onde a chain reaction é uma espécie de grunhido mental para não gritar um "o que foi ,caralho? não vez que estou a tentar imprimir? for fuck's sake." Not polite. Como eu disse, não gosto de pessoas, no entanto faço um reparo para abrir uma excepção para uma individualidade de pessoas a que chamo de familia, amigos, etc.  Mas as pessoas são tricky e os mais novos prendem neste momento a minha preocupação, já o António Gedeão dizia: "Quando o Homem sonha, o mundo pula e avança". Mas e esse eles não quiserem sonhar? E se a óptica deles for: Épa não quero sonhar, agora deixa-me matar este porco no ipad, é só atirar a galinha." Ou pior, podem querer brincar com um cocó que faz cocó. Não dá uma sensação de segurança. Pelo menos sei de algo que me tranquiliza e esse algo é que houve, há e sempre haverá pessoas fenomenais e isso é bom.  Eu li esta frase no outro dia: É bom enquanto houver medo, pois foi o medo do escuro que fez que inventássemos as lâmpadas e a electricidade. Foi o medo das doenças que nos fez inventar as vacinas. É bom termos medo, pois quando temos medo, estamos a contribuir para a existência de um futuro. "A partir do momento em que deixarmos de ter medo, aí sim, é uma razão para ter medo."

quarta-feira, outubro 16

tijolos brancos

Isto apenas aconteces porque tu és muito teu e queres que todos estejam contentes, no matter what. Não quero com isto dizer que tu dizes sim a tudo e que fazes coisas contra a tua vontade, eu sei que não, e no fim tu ficas a pensar e repensar sobre o que fizeste e não falas, mas por dentro estás à procura de uma resposta, uma perspectiva dentro de ti que justifique o que disseste, de forma a não te sentires mal. Na tua óptica não mentiste e afinal de contas isso é que é o importante não é? O cérebro humano é assim, tenta arranjar uma justificação racional para conseguir usar a lógica para justificar tudo. Se o teu cérebro te atacasse, encararias a verdade de uma outra forma, uma outra perspetiva de outrem talvez. - Mas tu estás a falar do quê, chavalo?
- Estou a justificar o facto de seres assim, até vou arriscar e referir que acredito que todo o ser humano faça o mesmo.
- Tu estás aí armado em psicólogo para quê?
- Na verdade é mais em biólogo, para a vertente da neurociência, fascina-me o cérebro humano, a maneira como ele funciona, como é fácil o enganar através da alteração nas suas "rotinas" padronizadas.
- What?
- E que é possível conjugar esse facto com o de marketeer e..
- What?
- Como?
- Explica o que aconteceu.. Tu mentiste a alguém, mas para não te sentires mal contigo mesmo, arranjas maneira de acreditar que não mentiste, porque aprendeste que mentir é errado, é punível. Portanto, deves ter mentido e agora estás a tentar arranjar forma de pensar que não o fizeste. A questão é que tanta, mas tanta gente faz isso e tu estás preocupado porque não queres sentir-te mal contigo próprio?
- Então houve uma oportunidade que eu tive de ir a um certo sítio, num dia em especial, fazer uma determinada ação, mas como me vi como se tivesse entrado num daqueles túneis que na verdade nem são tuneis, mas sim labirintos, de modo em que o primeiro passo que dei, vi-me dentro desse mesmo labirinto e ao voltar-me para trás fico estonteado ao reparar que o sitio por onde entrei, este que outrora tinha uma porta, tem agora nada mais, nada menos do que um conjunto de tijolos brancos, de um metro e meio, tal como todo o resto do labirinto. Quando perceciono isto, vejo que não poder jogar o jogo pelas regras; não vou chegar ao fim do labirinto, o motivo assim o fez. A única opção é aquela que não me agrada de todo; tenho de trepar o muro. Apesar de ser fácil de o fazer não gosto porque parece que perco um pouco da dignidade que tenho.
- Ah, e com isso ficas a sentir-te mal, ou seja, arranjaste essa forma de pensar para não te sentires mal..
- Não! Eu nunca menti, simplesmente omiti. Omitir não é mentir. Se disseres: Aquela vaca foi morta por mim, embebedei-me, conduzi o que pensava ser um trator, mas na verdade era um corta-relva. Estás a dizer de uma forma pormenorizada o que se passou. Se disseres: A vaca foi morta. Estás a encortar toda uma panóplia de pormenores. No entanto não mentiste...
- Boa noite, dorme bem
- Dorme bem e não deixes os mosquitos morderem.