quinta-feira, novembro 28

Sonhemos

Hoje quero sonhar.
E o meu sonho desde que me conheço é enfrentar uma multidão, com a minha parceira de escolha; guitarra eléctrica, acompanhado com a minha banda e a ser alimentado de vários "yeah" em uníssono de noventa mil espectadores. Durante uma hora ou duas, é isto que eu quero. É isto que palpita o meu ritmo cardíaco.
Já fui a uns quantos concertos a terrível surdez momentânea  e de facto, a ligeira rouquidão  prova, que o concerto foi bom. Quando um homem - frontman - consegue fazer um enorme grupo de die hard fans levantarem as mãos, porque este simplesmente o fez. Ouvir este público a cantar com (e para) o artista.
É isto que eu quero.
E enquanto fecho os olhos, vejo a multidão, sinto a multidão, oiço a multidão!
Quero estar num palco, onde a luz do holofote incide sobre mim enquanto solo e o público vibra. É isto que me faz dar o sentido vida à palavra vida.
Uma vez o Botas perguntou-me imagina, que consegues encher o Pavilhão Atlântico (agora MEO Arena) estás lá na tua cena e vês que: ah, afinal não é isto, pensava, mas afinal não.." É um ângulo curioso de facto.
Não deixa por isso de ser algo que me vejo a fazer, e que quero fazer e por isso estou a lutar, slowly, mas tenho fé, porque como dizem os Bon Jovi...

terça-feira, novembro 19

Mas lembra-te, antes de tentares pisar alguém, lembra-te se a pisadela no futuro não vira ajoelhadela.

sábado, novembro 16

Achado não é roubado

Eu por norma não gosto muito de escrever sobre este assunto, mas como são onze e meia da noite e dói-me o joelho, let's get to it.
A morte (sim, outra vez) é um tema estranho, por um lado triste, mas não deixa de ser curioso e até interessante. Para mim é demasiado curioso, até diria fascinante, mas é que o joelho está mesmo a doer tanto, que sinto como se a minha patela fosse uma mina a ser explorada e a dor tem um capacete amarelo e uma picareta na mão. Que fucking poético!
Eu amo muito a minha mãe e muito há minha maneira e tenho a certeza que ela sabe isso. Agora vou escrever numa realidade não existente e espero que assim se mantenha durante muitos meio-séculos!
Cá vai..
Se ela morresse hoje, para além da trágica notícia que seria e de eu ficar perdido, num misto de inúmeros e variados sentimentos que iriam flutuar, quase como se uma boia cheia de oxigénio fosse largada nas profundezas do oceano, viajando numa velocidade realmente veloz para alcançar a superfície. Note-se que neste momento escrevo com o coração, a caneta deixou de estar de estar na mão esquerda.
Viria o sentimento de ausência à cabeça (leia-se coração), mas se perguntassem "Quais foram as suas últimas palavras?", eu iria parar no tempo e pensar, refletir e analisar. Seriam "Eu não volto a falar nisso." Que merda de forma de despedir, uh? Pensando bem nisto, ninguém está preparado para a morte de ninguém, no entanto temos um comportamento de negação. Claro. Desde que nascemos evitamos, ou melhor, é-nos evitado ter de lidar com tal acontecimento, até não haver hipótese desse mesmo contacto ser evitado.
Agora tenho muita vontade de ir acordar a minha mãe com um beijo na sua face esquerda, acompanhado de um "Mãe, gosto mesmo muito de ti" sussurrado ao ouvido. Ela ficaria intrigada, se calhar mais pelo facto de saber se a realidade invadira o seu sonho, ou se vice-versa. E eu lá seguia a minha vida. Pode ser que isto vire rotina. Seria bom se acontecesse. Desta forma quando acontecesse o inadiável, podia pensar, pelo menos o que ela sabia, confirmou ao ter sido dito por mim. Porque nós sabemos, mas óh, é tão bom ouvir a pessoa a proferir tais palavras.. Eu disse-lhe, ela soube, teve a certeza e fico um nada mais descansado (mentira, a tristeza mascara isso e é como se não tivesse descansado de todo)
E é isto, apesar de vivermos tanto, a vida é traiçoeira, tanto pode ser um rio saudável e cheio de peixes, como também pode ser um que nem o plâncton tem e no fundo é apenas um pântano seco (espero que nenhuma professora de geografia leia esta parte), and just like that it's over, por isso, na minha opinião há uma panóplia de coisas que são tão, mas tão relativas e pequenas, face ao que realmente importa e sobrevalorizamos estas coisas, estupidamente. Corta o cabelo. Usa a gravata verde, a preta parece que mostra alguma tristeza. Sai do computador. Faz a cama. Leva o lixo fora. Claro que tudo isto tem a sua quota-parte, não digo que não, claro que de alguma forma isto tem algum tipo de valor e de importância. Mas o que é realmente importante? Bem, isso agora depende da definição de importante que cada um tem. Eu encontrei a minha e isso chega, se o meu importante é equivalente ao importante para outrem? Que interessa isso? Quase que faz parte daquela pergunta interessante, "qual é o sentido da vida?" Todos nós, ou pelo menos uma grande parte, vive neste enigma a tentar decifrá-lo, como se este se tratasse de um cubo de Rubik. A meu ver, nós não temos de procurar o sentido da vida, mas sim encontrá-lo, dar um sentido à vida, é esse o sentido da vida.