segunda-feira, julho 14

Jogo

Oco.

Assim como um daqueles coelhos de chocolate que costumam aparecer na altura da Páscoa, acaba por ser assim como eu me sinto, apesar de não ter medo de ser devorado por um infante de seis ou sete anos. Batam na minha nuca e poderão observar  que não é dura a superfície que cobre os meus pensamentos, mas como uma gruta interminável, ecoa sem fim. Não sei o que ecoa ao certo, mas de facto ecoa.
Ecos e mais ecos intermináveis, numa confusão desesperada por terminar, assim esta anseia.
Mas.. E se acabar? O tal ruído, os delays sobrepostos, numa tentativa inútil de um se sobrepor ao outro (tosco)
Quero que de alguma forma exista silêncio, mas não o silencio ensurdecedor de portas acabadas de fechar violentamente, quero um silêncio feliz. Um "está tudo bem".


De madeira.


Nunca pensei que era ou que fora, muito menos que seria, mas dou por mim a percecionar que sou de madeira. Esta agora? Oco e de madeira. Não posso crer mas o espelho mostra exatamente isso, e como o olho humano costuma dizer ao cérebro que ver é crer.

Altar

Sim, sou. Ao longo dos tempos tenho percebido isso.

sexta-feira, julho 4

luminescência

E assim de uma forma ou outra acaba sempre por ser da mesma forma e eu sei que parte dessa forma não tem de ser assim, apenas o é porque não o tem sido, mas não faz mal, eu tenho-me aguentado, o que às vezes torna tudo o resto difícil porque tenho conhecimento que não é isso que forma essa forma, mas a forma que a forma tomou foi outra e por dentro fico louco, porque a forma tomou aquela forma e eu até nem me importei, porque sempre constatei que fora aquela forma que formava aquilo tudo. Ou isto.
E estive à espera de ti e a ti te encontrei.
E agora?
O que faço ou o que não faço para não fazer aquilo que não faço? Ou melhor como não faço para fazer aquilo que gostava de fazer porque acabo por não fazer porque uma vez mais a forma volta e desta vez está maior, e maior e MAIOR! Desta vez o detalhe da fachada é mais pormenorizado, a estátua parece ser de uma fina folha de papel, mas na verdade é feita de mármore. Sim, não é concebido num material constituído por elementos fibrosos de origem vegetal, mas sim de uma rocha metamórfica originada pelas altas temperaturas e pressão.
Apenas quero sentir algo que seja verdadeiro antes do fim.
Quero ver a luz! Pensava que ainda luz, mas a lâmpada está fundida, ou será o casquilho? Se assim for, estou em maus lençóis, porque uma lâmpada é facilmente substituível, já o casquilho, é mais difícil, existe todo um processo. É chato, embora exequível.
Espero ver a luz, mais do nunca, sinto-me um cego que fora chamado para fazer um transplante da córnea e a merda do transplante nunca mais chega! Não faz mal não ver, mas quero ver.
Quero a luz.
Oh Senhor, dai-me a luz, quero olhar e ver.
Se calhar é por isso que ainda não acredito em bijutarias..


E assim deste modo, estas frases parecem que estão ébrias, o que não faz mal, assim liberto-me e apenas eu compreendo com funciona este meu cérebro retorcido.

Boa noite e não comam muito chocolate.