sábado, maio 1

Teorias da Morte

Morri. Ontem acho que ainda estava vivo, mas agora já não. É estranho pois só vejo a cor preta, simplesmente para onde quer que eu olhe. Não há imagem, mas sim esta única cor. Isto mantém-se assim durante exactamente dois minutos e vinte segundos, até que surge uma pequena neblina branca, acho que é esta a cor, pois de nada tenho a certeza, não posso ser preciso neste momento em que tudo é-me estranho nesta esquisita dimensão. Observo a neblina que é esboçada muito longe de mim. O que estou eu a fazer? Será instinto? Pois eu estou a mover-me em direcção a essa mesma neblina, será que esta projecção de cor me levará a algum lado de maneira a que eu esteja a tentar aproximar-me dela? Será que me apercebi que deixou de ser apenas uma cor e, agora Deverei estar eu com esperança? Pois perante mim, não se encontra apenas uma cor, Nesta confusão de pensamentos, onde há uma patologia de loucura, de amor. Extremo. Numa fracção de segundo, estou encadeado por uma forte luz branca que previamente era uma simples neblina numa imensidão preta. Como não estava habituado a ver outra cor, sou obrigado a fechar os olhos para me habituar a esta nova cor Não acredito! Tudo aquilo em que eu não acreditava está à minha frente. Deus. Não és como muita gente te retrata; és como um de nós, um humano, uma pessoa.
- Então, filho, um pouco antes do teu tempo, ham?
- Nunca pensei encontrar o que pensava não existir; o que pensava ser apenas uma coisa mítica.
- Desculpa se te desiludi..
Será que é assim? Quando partimos, os átomos do corpo vão para a cova. E? Vamos para onde?
Eu posso estar errado, mas tal como os Budas, eu acredito que quando a nossa vida pára, nós renascemos. Noutro sitio. Como outra pessoa totalmente diferente da geração previa. Mas só poderei ter a certeza quando finalizar-me eternamente...

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