quinta-feira, janeiro 19

FORMIGA!

Enquanto espero no centro de saúde, estou aborrecido, doente, sem paciência e na estranha tentativa de encontrar um refúgio, olho para o chão. Ao faze-lo vejo uma formiga a seguir a sua rota, o seu destino, a sua vida.
Eu podia pisa-la, mostrar que sou superior, maior, mais forte. Mas não a pisei porque tenho a consciência de que tenho muitas semelhanças com este pequeno animal. Ambos estamos num sitio que não nos pertence, mas vivemos lá. Não o tomamos como garantido. A Terra não é minha, eu é que sou dela e tenho muita pena de ser um dos poucos a ter essa noção. Se eu quiser aniquilá-la, não vou conseguir. Mas se ela quiser matar-me, óh é tão fácil, há tantas maneiras; terramotos, tornados, tsunamis..
Enquanto me perco neste pensamento, volto a olhar para o chão e desta vez olho incrédulo!
Deixei de ver a formiga que outrora tive a possibilidade de esmagar cruel e friamente..
Sei que não fugiu de mim, mas viu-me. Confiou em mim. E não a pisei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário