domingo, maio 26

Angeja

Eu geralmente não sou de fazer estas cenas. Penso, escrevo, publico, done. Mas por vezes a parte do pensar torna-se complexa, de forma a que o resultado final não seja "apenas mais um" post random, há sempre um que tem a necessidade de se destacar.. Pelo menos para mim.
Mas não sou disto, mas hoje abro uma excepção, vou fazer.
Não quero que penses que eu não falo de ti, ou que não escrevo para ti, porque não és importante, não penses isso, és a minha menina, a minha Mulher. (É, não posso ver nada) Simplesmente não falo, porque há tanto para falar e tantas coisas boas, que acabaria por não ter sequer um fim, e não haveria espaço sequer na internet para armazenar tantos conjunto de letras, da linguagem escrita ou gráfica.
Gosto de ti, sabes disso meu bem

quinta-feira, maio 16

Orgulho


"1995: Cai um varandim em Alvalade, que provoca dezenas de feridos e duas mortes. Os adeptos benfiquistas gozam, fazem chacota, inventam piadas.

1996: No Jamor, um adepto benfiquista assassina um Sportinguista com o arremesso de um very-light. O jogo não foi cancelado. Acabou com a vitória encarnada e uma festa efusiva.

2000: O Sporting perde com o benfica em Alvalade, com um golo do Sabry no fim que adia o título para a última. Foi divulgada esta imagem (https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-frc3/971060_571449216220738_614994440_n.jpg) e deu-se uma semana de gozo intenso até o Sporting conquistar o campeonato.

2004: Final da Taça no Jamor, poucos dias antes do porto disputar a final da Liga dos Campeões contra o Mónaco. O sucedido é visível na imagem.

2005: O Sporting perde a final da UEFA em casa com o CSKA. Os benfiquistas festejam com buzinadelas e cachecóis da equipa russa.

2012: Em Alvalade, adeptos do Sporting caem no fosso e magoam-se gravemente ao tentarem apanhar uma camisola lançada por Diego Capel. Os dois adeptos sportinguistas foram hospitalizados. Os outros foram gozados.

2012: Sporting é eliminado nas meias-finais da Liga Europa pelo Athletic Bilbao. Os adeptos benfiquistas gozam e fazem chacota pela derrota leonina.

2012/13: A pior época de sempre do Sporting Clube de Portugal. Nós, adeptos, fomos gozados todo o ano e tivemos de lidar com isso. Nas redes sociais, nos blogs ou na comunicação social, o Sporting foi alvo de chacota ao longo de um ano inteiro.

Agora, que a fanfarronice tem custo, não se pode gozar. Não. Porque quem não os apoia é anti, invejoso e estúpido. Quem goza é um chorão. Quem não torce pelos Portugueses é de "má raça". A vitimização desta superioridade enoja-me.

Lampiões, agora, que deram uma valente queda, aprendam alguma coisa e sejam humildes. Isto é apenas futebol.
E quem tanto goza, também merece ser gozado."

Tudo dito...

quarta-feira, maio 8

Corvette vermelho com faixa branca

Estou indignado e lixado. 
O homem podia ter ajudado, ele sabia que estava nervoso, algo que é normal porque os nervos aparecem a todos, mas não, o homem tinha de ser um cabrão que provavelmente tem um emprego que detesta e arrepende-se todos os dias de ter desistido dos seus sonhos porque provavelmente alguém com uma opinião achada por ele superior, o fez desistir deles. Mas ninguém tem culpa disso, eu muito menos, eu sou só um gajo random, for fuck's sake, há tanta gente no mundo, eu sou apenas mais uma! Quando não gostamos das cenas, das duas uma, ora fazemos por gostar, porque a vida está difícil para todos ou então é ir atrás do que queremos, custe isso o que custar. Mas não, o gajo tinha de descarregar o facto de estar ali contrariado. Eu gosto de dormir e aparentemente ele também, mas trabalho é trabalho, foda-se.

Um dia:
Vejo-me num dia de Verão tépido a andar num Corvette descapotável vermelho, com uma faixa branca por todo o carro, mais ou menos a meio, centrado fica bonito. Carro este com os estofos brancos, numa categoria de carros desportivos. A soundtrack que acompanha: rock puro dos anos oitenta, riffs que a guitarra gasta, que causa arrepios de serem tão geniais.
Venho eu por fora de uma localidade, com óculos Ray Ban Aviator na cara, haverão de ser umas seis horas da tarde, não tenho a certeza, neste momento aborrece-me olhar para o relógio para o confirmar, mas ao que tudo indica, o sol já está a mostrar o que o seu auge do dia já passou e todos percebemos isso.
Lá reduzo a velocidade ao entrar dentro da localidade, porque temos de cumprir as leis estabelecidas  apesar de ser um pouco anárquico, neste caso não compensa, nem para mim, nem para os outros, vidas em risco é muito giro, mas é de evitar (quando não for propositado..).
Já passaram uns meses, quiçá, uns anos e reencontro o homem, e a teoria da relatividade aplica-se; o tempo parece que abranda quando o intercepto com o meu olhar, está ele a passar numa passadeira, distraído, lá com a sua vidinha e rapidamente estou decidido do que vou fazer; do que quero fazer. Aquele segundo que demorei a olhar para ele e identifica-lo foram para mim dez minutos.
Pedal to the medal e acelero enquanto ele ainda se encontra a meio da passadeira, o tempo parece que abranda novamente e agora sim (a este ponto tirei os óculos de sol, para o meu rosto estar bem visivel) ele repara, franze o sobrolho como quem aparenta reconhecer alguém, mas não sabe de onde, quando ou porquê, já agora. 
A frente do carro empate contra a sua barriga, fazendo com o que o seu corpo seja projectado com alguma violência para trás, deslizando este alguns metros pelo alcatrão.
Vou ter com ele, as pessoas revelam-se incrédulas na rua, mas com um ar mais ou menos relaxado porque me vêm a ir ter com ele, onde pensam, "vá lá, ele atropelou-o, mas foi ter com ele, vai-lhe dar assistência". Aí se enganam. 
Antes de sair do carro, volto a colocar os Ray Ban na cara, aproximo-me então do corpo ensanguentado  agacho-me, fixo a cara dele uns longos doze segundos e agora sim, lentamente removo os óculos da minha cara e digo:
- "E agora? Já sou dinâmico o suficiente para ti, meu cabrão?"
Ele tenta retorquir, mas apenas consegue emitir uns "ais" de dor angustiada e agonizada onde tenta estender lentamente a mão, como quem pede ajuda, eu estendo a minha e quando ele tenta agarrar, eu largo a minha e respondo-lhe: 
-"Quando eu precisei, não me ajudaste.. Agora eu não te ajudo."
Levanto-me tranquilamente sem olhar para trás, entro no Corvette e vou à minha vida.

Claro que isto não vai acontecer, não porque eu não vou ter um Corvette, mas porque com mais vontade que eu tenha que esta visão cinematográfica se realize, sei que está a ser escrita com raiva, rancor, que eventualmente há de passar, quiçá, mas posso sonhar um pouco, sou livre em pensamento e quero usufruir disso enquanto posso, vou sonhar e espero que este texto não ganhe vida e aconteça. 
Espero.

segunda-feira, maio 6

A Água


A Água

Meus senhores eu sou a água
Que lava a cara
Que lava os olhos
Que lava a rata e os entrefolhos
Que lava a nabiça e os agriões
Que lava a piça e os colhões
Que lava as damas e o que está vago
Pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
Que rega a salsa e o rabanete
Que lava a língua a quem faz minete
Que lava o chibo mesmo da raspa
Tira o cheiro a bacalhau rasca
Que bebe o homem, que bebe o cão
Que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
Que lava os olhos e os grelinhos
Que lava a cona e os paninhos
Que lava o sangue das grandes lutas
Que lava sérias e lava putas
Apaga o lume e o borralho
E que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
Que rega rosas e manjericos
Que lava o bidé, que lava penicos
Tira mau cheiro das algibeiras
Dá de beber ás fressureiras
Lava a tromba a qualquer fantoche e
Lava a boca depois de um broche.
-Bocage

Que fucking poético!

domingo, maio 5

Infinidade

Estou bem ciente de que os "para sempre" não existem. Não. E nós até usamos estas duas palavras com alguma frequência, o que é perigoso. Usar assim este advérbio de modo, sendo este intemporal.
Mas eu estou ciente disso. No entanto o que eu faço é prolongar ao máximo o meu "para sempre", isto é; existem pessoas que adoro e adoro os momentos que passo com elas, elas fazem-me sentir bem e algo que eu quero manter, é neste caso algo que eu quero que dure "para sempre". Então o "para sempre" é isso, estender ao máximo um período de tempo, de forma a que este nos transmita uma falsa sensação de infinidade. E sabem que mais? Essa realidade enganadora é optima! Porque nós todos iremos morrer, não há volta a dar, tudo o que têm um inicio, tem um fim, a vida for fuck's sake acaba, parecendo que não e não querendo, é esta a realidade. Mas a vida não é uma merda, uma vez um amigo meu disse-me isto ao que eu lhe respondi; a vida não é uma merda, a vida é o que fazemos dela.
Boas noites e feliz Hanukkah.
Sol